O número de municípios que registraram ações contra banco no Ceará
cresceu 13,5% em 2016. No total, 42 cidades, incluindo Fortaleza,
contabilizaram casos de roubos ou furtos contra instituições
financeiras. Em 12 delas houve mais de uma ação. Já em 2015 houve
ocorrências em 37 municípios. Também aumentaram as ações criminosas, com
ou sem uso de explosivos. É o que aponta levantamento feito pelo O POVO
com dados do Sindicato dos Bancários.
As estatísticas mostram que 62 ações contra banco ou caixas eletrônicos
foram praticadas no Ceará em 2016, contra 58 em 2015. Uma alta de 6,8%.
Junho foi o mês com mais ocorrências (15 casos). Em novembro, porém,
nenhum crime foi contabilizado. Fortaleza teve a maior quantidade de
crimes (8 casos). Já Cariús, no Sul do Estado, teve três ocorrências. As
outras cidades tiveram uma ou duas.
Titular da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), o delegado Raphael
Vilarinho atribui o crescimento às reduções conseguidas em 2014 e 2015,
que foram de 28% e 15%, conforme balanço feito pelo O POVO. “Acredito
que se deve à redução drástica que conseguimos em 2014. Além disso, esse
crescimento que houve foi muito menor que os aumentos percebidos nos
outros estados do Nordeste”, avaliou.
Conforme a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), em
2013, foram registrados 95 casos. Comparado a 2016, quando houve 62
casos, a queda foi de 34,7%. Os dados batem com os do sindicato. Há
divergência, porém, no número de 2015, quando a secretaria somou 61
ações. O saldo é superior aos 58 crimes anotados pelo sindicato e
considerados no levantamento do O POVO.
A diferença está no critério de contabilidade. A SSPDS inclui como ação
contra banco os ataques a carro-forte, mas não contabiliza arrombamento
de caixa eletrônico fora de agências. Já O POVO considera furtos a
caixas eletrônicos como ações contra banco, mas entende que o ataque a
carro-forte é um roubo que não afeta unidades de atendimento.
“Conforme o nosso levantamento, a alta registrada foi de apenas 1,6%”,
destaca Vilarinho. Sobre o maior número de cidades atingidas, o delegado
defende que os criminosos “vão pra onde tiver mais facilidade e
informação para a prática do crime, podendo, até mesmo, realizar ações
em estados diferentes”.
Em nota, a SSPDS afirma que “as instituições bancárias são patrimônios
privados que devem adotar planos de segurança particulares”, e que,
desde 2014, desenvolve política contra o crime. Aponta que a DRF
prendeu, em 2016, 226 pessoas, a maioria delas envolvida com esse tipo
de roubo, além da apreensão de 91 armas. Destaca a interiorização do
policiamento, com a criação do Comando Tático Rural (Cotar) e do
Batalhão de Divisas, que atuam de forma ostensiva para inibir as ações.
Saiba mais
Em 2016, foram cinco ataques a carros-forte no Ceará, em Ibaretama,
Jaguaribe, Acopiara e São Luís do Curu, além de Fortaleza. Também houve
dez casos de saidinha ou chegadinha bancária (roubos que ocorrem antes
ou depois das vítimas utilizarem bancos). Oito delas se deram na Capital
e duas nos municípios de Caucaia e Pacajus. Estes roubos à pessoa não
são contabilizados como ação contra banco.
Já neste mês de janeiro, houve duas ações na Capital (arrombamento) e em Milhã (explosão), e uma saidinha bancária em Caucaia.
OPOVO
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