domingo, 1 de março de 2015

Com chuvas acima da média em fevereiro, níveis das represas na Grande SP sobem 67%


Apesar dessa elevação, reservatórios ainda estão longe de ter uma situação confortável

Do R7
Foto mostra que a situação do Cantareira ainda é crítica Daia Oliver/R7 - 25.2.2015
O mês de fevereiro teve chuvas acima da média em cinco dos seis reservatórios de água que abastecem a região metropolitana de São Paulo. Isso significa um pequeno alívio diante da crise hídrica enfrentada após meses seguidos com volumes de chuva abaixo do esperado.
No começo do mês, o Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de mais de 6 milhões de pessoas, tinha armazenados 49 bilhões de litros de água. Neste sábado (28), registrava 112 bilhões de litros. Somados, todos os mananciais tinham disponíveis, no dia 1º, 287 bilhões de litros. Número que chegou ontem a 424 bilhões: aumento de 67%.
O volume de chuva não foi maior do que a média histórica apenas no Sistema Rio Grande, mesmo assim, por muito pouco. No Cantareira, por exemplo, choveu 332,4 mm, sendo que o esperado para fevereiro eram 199,1 mm. De todos os mananciais, foi onde mais caiu água.
Chuvas acima da média são fundamentais para a recuperação das represas. Mas o verão está a menos de um mês de acabar e o tempo deve ficar mais seco a partir de abril. Com isso, a esperança é que março ainda possa ter volumes de chuva consideráveis. A professora do Departamento de Ciências Atmosféricas da USP Maria Assunção Faus Silva Dias lembra que nem isso será suficiente.
— Para aliviar a crise hídrica, teria que ter chovido acima da média em vários meses. Não foi o que aconteceu em dezembro e janeiro. Essa chuva de agora pode ser até um paliativo, mas não resolve.
O Cantareira precisa recuperar mais de 180 bilhões de litros de água para deixar de usar completamente o volume morto. Especialistas não apostam que as chuvas que ainda estão por vir possam elevar tanto o nível do manancial.
Há grandes chances de a Grande São Paulo ter que passar boa parte de 2015 ainda utilizando o volume morto do Cantareira. O governo já anunciou que será mantida a redução de pressão em alguns horários do dia e as campanhas para economia de água.
Paralelamente, a Sabesp faz obras emergenciais para aumentar a captação, como a transferência de água do córrego Guaratuba para o Sistema Alto Tietê, concluída no fim de janeiro. Até julho, deve ficar pronta a interligação do rio Juquiá (a 70 km da capital) com o Sistema Guarapiranga, somando mais 1.000 litros por segundo de água.

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